Instituto Ação Climática participa da Conferência do Clima de Bonn

O Instituto Ação Climática participou da Conferência de Bonn, ocorrida entre os dias 3 e 13 de junho de 2024, representado pelo seu Diretor Executivo, Gabriel Mantelli. Trata-se de importante reunião internacional dedicada às questões climáticas, organizada anualmente pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês). Realizada na cidade de Bonn, Alemanha, sede da Secretaria da UNFCCC, a conferência reúne os órgãos subsidiários da UNFCCC, o órgão técnico (SBSTA) e de implementação (SBI), e serve como um prelúdio para a Conferência das Partes (COP), a principal reunião anual onde as decisões políticas globais sobre o clima são tomadas. 

Na Conferência de Bonn, representantes de governos, organizações não governamentais, cientistas e outros atores-chave se reúnem para discutir o progresso na implementação do Acordo de Paris e outros tratados climáticos internacionais. Os tópicos abordados incluem mitigação das emissões de gases de efeito estufa, adaptação às mudanças climáticas, financiamento climático, transferência de tecnologia e capacitação. Gabriel Mantelli que acompanhou de perto as negociações, respondeu algumas dúvidas sobre o que estava sendo discutido no evento. 

Pergunta: O que acontece na Conferência de Bonn? 

Resposta: Os negociadores dos países debatem uma variedade de questões, desde avanços científicos e tecnológicos até estratégias de financiamento para combater as mudanças climáticas. Ocorrem também reuniões de comitês e negociações sobre implementação de acordos, além da definição de prioridades para a próxima COP. 

P: Quais são os temas mais importantes deste ano? 

R: Este ano, o tema principal é a nova meta de financiamento climático, chamada de Nova Meta Coletiva e Quantificada para o Financiamento Climático (NCQG, na sigla em inglês). Atualmente, a meta de 100 bilhões de dólares por ano de financiamento de países desenvolvidos para promover a ação climática em países em desenvolvimento ainda não está sendo cumprida e está muito aquém das necessidades reais dos países. A partir da nova meta, países visam mobilizar recursos significativos para apoiar iniciativas de adaptação, mitigação e para lidar com as perdas e danos oriundas das mudanças climáticas em países vulneráveis e em desenvolvimento. 

P: O que vem por aí?  

R: Na perspectiva brasileira, as discussões apresentadas em 2024, na COP29 no Azerbaijão, serão fundamentais para pavimentar a caminho para a COP30, que vai acontecer aqui no Brasil, em Belém do Pará, em 2025. 

Esse ano, os países ainda devem apresentar pela primeira vez os relatórios bianuais (BTR, na sigla em inglês) sobre a implementação do Acordo de Paris. Esses relatórios irão permitir uma avaliação sobre os avanços e desafios na implementação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês), documento de cada país que registra seu compromisso e contribuição para o cumprimento acordo climático. 

No ano que vem, também serão apresentadas as novas NDCs, e o Brasil terá um papel fundamental em incentivar um aumento em ambição, alinhado aos objetivos do Acordo de Paris de manter o aumento da temperatura global média a até 1.5°C. Será necessário acompanhar os desdobramentos de Bonn e da COP29 para cobrar o aumento de ambição dos países! 

A participação do Instituto Ação Climática na Conferência de Bonn foi de suma importância para a organização, reforçando seu papel na arena internacional de discussões sobre mudanças climáticas e buscando a promoção da justiça climática. A presença na conferência permitiu que a ONG estabelecesse conexões valiosas com outras organizações, governos e especialistas no campo do clima, ampliando sua rede de colaboração e influência. 

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